Sharknado fazendo escola
A obra A Guerra dos Mundos foi escrita em 1898 por H. G. Wells e narra uma fictícia invasão alienígena ao planeta Terra. Em 1938, Orson Welles dramatizou o romance no rádio e, devido ao realismo da radionovela, parte da população dos Estados Unidos acreditou que se tratava de uma invasão real, coringando geral.
Oitenta e sete anos após esse episódio icônico da história mundial, o rapper Ice Cube cria uma conta no Microsoft Teams e repete o feito, deixando em desespero quem se atreve a dar uma chance para a adaptação de A Guerra dos Mundos disponível no Prime Vídeo. Sinceramente, não sei o que é pior: a adaptação ou os comerciais que a plataforma insiste em colocar no meio do filme. Na verdade, é a adaptação, confesso que os comerciais chegam a ser um alívio para o telespectador que teve coragem de embarcar nessa cruzada cinematográfica.
“I love the smell of napalm in the morning.” O que tem a ver uma citação de Apocalypse Now no meio de uma crítica sobre A Guerra dos Mundos? Assim como o próprio filme, não faz o menor sentido. E é exatamente isso o que ambos têm em comum. Se você teve coragem de ler até aqui procurando algo que justificasse investir seu tempo nesse filme, imaginando que ninguém entendeu o conceito, mas que você, jovem assistente administrativo acostumado a usar Zoom e Teams o dia todo, vai entender, te desejo boa sorte. Só não diga que nós não avisamos.
Os “defeitos” visuais são desastrosos. Depois de ver aqueles trípodes, a gente começa a gostar de Sharknado. Provavelmente os efeitos foram feitos no PowerPoint, só para aproveitar a licença do pacote Office usada para gravar o filme. A Guerra dos Mundos (2025) conseguiu me fazer esquecer o quão ruim é Skyline – A Invasão (2010), ou o quanto o final de Falling Skies é esquecível.
Se você realmente quer assistir a uma boa adaptação de A Guerra dos Mundos, fique com a versão de 2005, estrelada pelo nosso querido Maverick.
